Por Bernhard Guenther
Primeiramente, gostaria de afirmar que não sou estatista nem anarquista. Isso pode parecer uma contradição ou paradoxo para qualquer pessoa que esteja presa no pensamento preto e branco.
Embora eu possa apreciar os princípios do anarquismo de um ponto de vista filosófico e intelectual, a leitura de “O Ciclo Humano e o Ideal da Unidade Humana”, de Sri Aurobindo, confirmou e trouxe clareza às questões limitantes que percebi com o anarquismo intelectual de hoje: a falta de um fundamento espiritual mais profundo. Essencialmente, estatismo e anarquismo são as duas faces da mesma moeda.
O anarquismo intelectual moderno é uma reação mecânica para neutralizar a supressão do indivíduo pelo governo. Essa oposição é necessária e tem seu lugar, como apontou Sri Aurobindo, mas ainda é apenas um sintoma de um processo muito maior e, eventualmente, a humanidade terá que passar por esse processo de espiritualização, que vai além do estatismo, do anarquismo ou qualquer outro forma de “-ismo”.
Em nosso atual nível de ser e realização espiritual (ou falta dela), não estamos nem perto do "anarquismo espiritualizado" sobre o qual Sri Aurobindo falava como o próximo passo possível após o atual anarquismo intelectual mecânico / reacionário que muitos "buscadores da verdade” identificam-se hoje.
Portanto, na verdade “não temos escolha” a não ser sermos governados dentro de uma estrutura estatal porque nossa consciência coletiva simplesmente não é espiritualizada o suficiente para incorporar e viver verdadeiramente este ideal superior de anarquismo espiritual.
Enquanto muitos anarquistas autoproclamados promovem a soberania e a liberdade das forças governamentais externas, a maioria deles não está ciente de que eles próprios ainda não estão livres de suas próprias mentes, condicionamentos, feridas / trauma, desejos vitais inferiores, identificação do ego, ações mecânicas e aspectos de sombra inconscientes.
Isso os mantêm presos em um ciclo sem esperança de projetar aquilo que eles precisam abordar em sua cura interior, por estarem excessivamente focados em projetar sua dissonância interna externamente, vivendo sob a ilusão de uma "soberania" intelectual, mas ainda estando presos em uma cabeça centrada na existência desconectada da fonte espiritual.
Não importa o quão lógica e racionalmente soe a ideologia do anarquismo, se não houver uma auto inquirição sincera, trabalho próprio e esforços para rejeitar a natureza inferior do self egóico para trazer o verdadeiro Ser como um instrumento para o Divino, o mundo exterior não mudará. Buda refletiu sobre o quanto esse processo interno afeta o mundo externo há milhares de anos, mas ainda não entendemos.
Mesmo que eu pessoalmente nunca tenha me identificado formalmente como um anarquista, eu também caí nessa armadilha mental de ser pego em minhas próprias projeções mentais e racionalizações. Quando você escolhe o anarquismo (ou voluntariado ou qualquer outro -ismo) ao invés do estatismo, ainda está sendo pego na dualidade no nível da mente.
Em nosso atual estado de evolução, ainda estamos presos no que Satprem chamou de fortaleza mental: um mundo baseado em viver uma existência mental centrada na cabeça, desligados da orientação Divina, do insight espiritual, de nossos corpos e da interconexão da vida.
Vivemos na era do “homem mental”. Este período teve seu lugar e função de ensino na trajetória para se tornar um “super-homem” (termo usado por Sri Aurobindo) - um ser humano que é totalmente espiritualizado como um ser divino consciente que vive em unidade com tudo o que é; tendo transformado o corpo e a matéria, ele transcendeu a dualidade - e está mesmo além da própria morte.
(Bernhard Guenther)
FONTE: Excertos do artigo "The Necessity to Surrender to the Divine and Spiritualize the Being" em VeilOfReality.com
Embora eu possa apreciar os princípios do anarquismo de um ponto de vista filosófico e intelectual, a leitura de “O Ciclo Humano e o Ideal da Unidade Humana”, de Sri Aurobindo, confirmou e trouxe clareza às questões limitantes que percebi com o anarquismo intelectual de hoje: a falta de um fundamento espiritual mais profundo. Essencialmente, estatismo e anarquismo são as duas faces da mesma moeda.
O anarquismo intelectual moderno é uma reação mecânica para neutralizar a supressão do indivíduo pelo governo. Essa oposição é necessária e tem seu lugar, como apontou Sri Aurobindo, mas ainda é apenas um sintoma de um processo muito maior e, eventualmente, a humanidade terá que passar por esse processo de espiritualização, que vai além do estatismo, do anarquismo ou qualquer outro forma de “-ismo”.
Em nosso atual nível de ser e realização espiritual (ou falta dela), não estamos nem perto do "anarquismo espiritualizado" sobre o qual Sri Aurobindo falava como o próximo passo possível após o atual anarquismo intelectual mecânico / reacionário que muitos "buscadores da verdade” identificam-se hoje.
Portanto, na verdade “não temos escolha” a não ser sermos governados dentro de uma estrutura estatal porque nossa consciência coletiva simplesmente não é espiritualizada o suficiente para incorporar e viver verdadeiramente este ideal superior de anarquismo espiritual.
Enquanto muitos anarquistas autoproclamados promovem a soberania e a liberdade das forças governamentais externas, a maioria deles não está ciente de que eles próprios ainda não estão livres de suas próprias mentes, condicionamentos, feridas / trauma, desejos vitais inferiores, identificação do ego, ações mecânicas e aspectos de sombra inconscientes.
Isso os mantêm presos em um ciclo sem esperança de projetar aquilo que eles precisam abordar em sua cura interior, por estarem excessivamente focados em projetar sua dissonância interna externamente, vivendo sob a ilusão de uma "soberania" intelectual, mas ainda estando presos em uma cabeça centrada na existência desconectada da fonte espiritual.
Não importa o quão lógica e racionalmente soe a ideologia do anarquismo, se não houver uma auto inquirição sincera, trabalho próprio e esforços para rejeitar a natureza inferior do self egóico para trazer o verdadeiro Ser como um instrumento para o Divino, o mundo exterior não mudará. Buda refletiu sobre o quanto esse processo interno afeta o mundo externo há milhares de anos, mas ainda não entendemos.
Mesmo que eu pessoalmente nunca tenha me identificado formalmente como um anarquista, eu também caí nessa armadilha mental de ser pego em minhas próprias projeções mentais e racionalizações. Quando você escolhe o anarquismo (ou voluntariado ou qualquer outro -ismo) ao invés do estatismo, ainda está sendo pego na dualidade no nível da mente.
Em nosso atual estado de evolução, ainda estamos presos no que Satprem chamou de fortaleza mental: um mundo baseado em viver uma existência mental centrada na cabeça, desligados da orientação Divina, do insight espiritual, de nossos corpos e da interconexão da vida.
Vivemos na era do “homem mental”. Este período teve seu lugar e função de ensino na trajetória para se tornar um “super-homem” (termo usado por Sri Aurobindo) - um ser humano que é totalmente espiritualizado como um ser divino consciente que vive em unidade com tudo o que é; tendo transformado o corpo e a matéria, ele transcendeu a dualidade - e está mesmo além da própria morte.
(Bernhard Guenther)
FONTE: Excertos do artigo "The Necessity to Surrender to the Divine and Spiritualize the Being" em VeilOfReality.com
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