Por Eva Pierrakos
A crise é uma tentativa da natureza, da ordem natural e cósmica do universo de proceder mudanças. Se a mudança é obstruída, o resultado é uma crise, a fim de tornar possível a mudança estrutural. Não se pode chegar ao equilíbrio sem essa mudança estrutural.
Em última instância é esse o significado de toda crise (pessoal, coletiva ou planetária), não importando que ela apareça na forma de dor, dificuldades, convulsão, incerteza ou simplesmente a insegurança de se trocar um estilo de vida conhecido por um novo, com o qual não se está acostumado.
A crise em qualquer forma, formato ou maneira procura sacudir velhas estruturas de equilíbrio que são baseadas em conclusões falsas e, portanto, em negatividade. Ela destrava estilos de vida arraigados e estáticos de maneira a tornar possível um novo crescimento. Ela demole e quebra, o que é momentaneamente doloroso, mas não se pode pensar em transformação sem ela.
Quanto mais dolorosa a crise, mais a parte da consciência que comanda a vontade vai obstruir a mudança necessária. A necessidade da crise é tão grande porque a negatividade é uma massa cristalizada que precisa ser sacudida para poder se desfazer.
A mudança é parte integrante da vida. Onde existe vida, existe mudança permanente. Somente os que ainda sentem medo e negatividade, os que resistem a mudanças, vêem a mudança como algo que deve ser combatido. Nesse caso, eles resistem à própria vida e ficam ainda mais confinados ao sofrimento.
Somente a crise pode demolir e quebrar uma estrutura que foi construída sobre premissas falsas, que contradizem as leis das verdades cósmicas, do amor e da satisfação. As crises corrigem os estados cristalizados, que são sempre negativos.
A maioria dos seres humanos ainda está imersa na escuridão da falta de compreensão do significado da crise. Eles olham sempre na direção errada. Se nada for destruído, a negatividade vai continuar.
Se as dificuldades, os tumultos e as dores na vida de cada um e na vida da humanidade como um todo fossem encarados sob esse ponto de vista, o significado verdadeiro da crise seria realmente compreendido e muita dor poderia ser evitada.
No entanto, os homens se opõem a mudar para novas maneiras de operar e reagir. Esta obstrução é muito desnecessária. Na verdade, é essa obstrução que cria a tensão da crise, e não o fato de abandonar velhas estruturas. Quando a pessoa (ou coletividade) não aceita de bom grado as mudanças necessárias, automaticamente surge a crise.
A intensidade da crise indica a intensidade da oposição, assim como a urgência da necessidade da mudança. Quanto maior a necessidade de mudanças, e quanto maior a obstrução a essas mudanças, mais dolorosa será a crise.
Quanto maiores forem a abertura e a disposição de mudar, em qualquer nível, e quanto menos necessária for a mudança em um determinado momento do caminho evolucionário de um indivíduo (ou coletividade), menos grave e dolorosa será a crise.
Quando o processo da crise é aceito e não mais obstruído, quando alguém segue o fluxo ao invés de lutar com ele, o alívio vem com relativa rapidez. Depois que a ferida supura e ocorre um ajuste novo e flexível das atitudes, a auto-descoberta traz paz, e a compreensão traz nova energia e animação. O processo de cura está em andamento, mesmo enquanto a ferida supura.
Negar esse processo, dizer a si mesmo : “Isso não está certo, eu não deveria ter de passar por isso. Eu tenho que passar por isso? Se os outros não tivessem errado nisso e naquilo, eu não estaria agora nesta situação” é uma atitude que só prolonga a agonia. É uma forma de tentar evitar a necessária supuração da ferida, formada por um emaranhado doloroso de energia negativa que não pára de crescer e cujo impulso dificulta mais e mais a mudança de rumo.
A desesperança é o resultado do ciclo permanente de energia negativa e de sua repetição fútil e automática, que a consciência é incapaz de interromper, ou melhor, que só pode interromper quando deixar de evitar a mudança necessária.
Quanto mais qualidades universais você gerar, mais dessas qualidades poderão ser geradas. O potencial de vocês, meus queridos amigos, é realmente infinito no tocante à possibilidade de vivenciar beleza, alegria, prazer, amor, sabedoria e expressões criativas do eu mais interior.
Novamente as palavras foram ditas, escutadas e registradas. Mas com que profundidade vocês sabem que isso é uma realidade? Com que profundidade vocês acreditam no seu potencial interno de criar a própria vida, de ter contentamento, de viver a vida infinita?
Até que ponto vocês acreditam na própria capacidade de solucionar todos os seus problemas? Até que ponto confiam nas possibilidades que ainda não se manifestaram? Até que ponto acreditam que a personalidade de vocês tem novas facetas a serem descobertas? Até que ponto acreditam de fato que podem desenvolver atributos de paz, combinado com ânimo; serenidade, combinada com aventura, e que esses atributos fazem a vida se tornar uma sucessão de belezas – apesar das dificuldades iniciais ainda a superar. Até que ponto vocês de fato acreditam em tudo isso, meus amigos?
Façam a si mesmos essas perguntas. Na medida em que vocês só acreditam nisso da boca para fora, sem expressar de fato e ativamente essa crença, vão continuar aflitos, desanimados, deprimidos, temerosos ou ansiosos, enredados em conflitos aparentemente insolúveis, consigo e com os outros.
Esse é o gabarito que revela até que ponto vocês acreditam de verdade que são uma potencialidade infinitamente em expansão. Se não acreditarem nisso de verdade, meus queridos, é porque existe alguma coisa em vocês à qual se apegam desesperadamente. Vocês não querem trazê-la à tona porque não querem abandoná-la nem mudar. Isso se aplica a todos e a cada um dos presentes, e, naturalmente, a todas as outras pessoas do mundo.
Quando vocês resistem à mudança, o medo aumenta porque o ser mais íntimo sabe que a crise, a erupção, o colapso são inevitáveis e se aproximam inexoravelmente.
O que estou descrevendo aqui é a história da vida humana. Essa é a armadilha da natureza humana. Por isso é preciso repetir a lição, muitas e muitas vezes, até desnudar o erro do medo ilusório da mudança.
(O Guia, por Eva Pierrakos)
FONTE: Excertos da Palestra No. 183.
Em última instância é esse o significado de toda crise (pessoal, coletiva ou planetária), não importando que ela apareça na forma de dor, dificuldades, convulsão, incerteza ou simplesmente a insegurança de se trocar um estilo de vida conhecido por um novo, com o qual não se está acostumado.
A crise em qualquer forma, formato ou maneira procura sacudir velhas estruturas de equilíbrio que são baseadas em conclusões falsas e, portanto, em negatividade. Ela destrava estilos de vida arraigados e estáticos de maneira a tornar possível um novo crescimento. Ela demole e quebra, o que é momentaneamente doloroso, mas não se pode pensar em transformação sem ela.
Quanto mais dolorosa a crise, mais a parte da consciência que comanda a vontade vai obstruir a mudança necessária. A necessidade da crise é tão grande porque a negatividade é uma massa cristalizada que precisa ser sacudida para poder se desfazer.
A mudança é parte integrante da vida. Onde existe vida, existe mudança permanente. Somente os que ainda sentem medo e negatividade, os que resistem a mudanças, vêem a mudança como algo que deve ser combatido. Nesse caso, eles resistem à própria vida e ficam ainda mais confinados ao sofrimento.
Somente a crise pode demolir e quebrar uma estrutura que foi construída sobre premissas falsas, que contradizem as leis das verdades cósmicas, do amor e da satisfação. As crises corrigem os estados cristalizados, que são sempre negativos.
A maioria dos seres humanos ainda está imersa na escuridão da falta de compreensão do significado da crise. Eles olham sempre na direção errada. Se nada for destruído, a negatividade vai continuar.
Se as dificuldades, os tumultos e as dores na vida de cada um e na vida da humanidade como um todo fossem encarados sob esse ponto de vista, o significado verdadeiro da crise seria realmente compreendido e muita dor poderia ser evitada.
No entanto, os homens se opõem a mudar para novas maneiras de operar e reagir. Esta obstrução é muito desnecessária. Na verdade, é essa obstrução que cria a tensão da crise, e não o fato de abandonar velhas estruturas. Quando a pessoa (ou coletividade) não aceita de bom grado as mudanças necessárias, automaticamente surge a crise.
A intensidade da crise indica a intensidade da oposição, assim como a urgência da necessidade da mudança. Quanto maior a necessidade de mudanças, e quanto maior a obstrução a essas mudanças, mais dolorosa será a crise.
Quanto maiores forem a abertura e a disposição de mudar, em qualquer nível, e quanto menos necessária for a mudança em um determinado momento do caminho evolucionário de um indivíduo (ou coletividade), menos grave e dolorosa será a crise.
Quando o processo da crise é aceito e não mais obstruído, quando alguém segue o fluxo ao invés de lutar com ele, o alívio vem com relativa rapidez. Depois que a ferida supura e ocorre um ajuste novo e flexível das atitudes, a auto-descoberta traz paz, e a compreensão traz nova energia e animação. O processo de cura está em andamento, mesmo enquanto a ferida supura.
Negar esse processo, dizer a si mesmo : “Isso não está certo, eu não deveria ter de passar por isso. Eu tenho que passar por isso? Se os outros não tivessem errado nisso e naquilo, eu não estaria agora nesta situação” é uma atitude que só prolonga a agonia. É uma forma de tentar evitar a necessária supuração da ferida, formada por um emaranhado doloroso de energia negativa que não pára de crescer e cujo impulso dificulta mais e mais a mudança de rumo.
A desesperança é o resultado do ciclo permanente de energia negativa e de sua repetição fútil e automática, que a consciência é incapaz de interromper, ou melhor, que só pode interromper quando deixar de evitar a mudança necessária.
Quanto mais qualidades universais você gerar, mais dessas qualidades poderão ser geradas. O potencial de vocês, meus queridos amigos, é realmente infinito no tocante à possibilidade de vivenciar beleza, alegria, prazer, amor, sabedoria e expressões criativas do eu mais interior.
Novamente as palavras foram ditas, escutadas e registradas. Mas com que profundidade vocês sabem que isso é uma realidade? Com que profundidade vocês acreditam no seu potencial interno de criar a própria vida, de ter contentamento, de viver a vida infinita?
Até que ponto vocês acreditam na própria capacidade de solucionar todos os seus problemas? Até que ponto confiam nas possibilidades que ainda não se manifestaram? Até que ponto acreditam que a personalidade de vocês tem novas facetas a serem descobertas? Até que ponto acreditam de fato que podem desenvolver atributos de paz, combinado com ânimo; serenidade, combinada com aventura, e que esses atributos fazem a vida se tornar uma sucessão de belezas – apesar das dificuldades iniciais ainda a superar. Até que ponto vocês de fato acreditam em tudo isso, meus amigos?
Façam a si mesmos essas perguntas. Na medida em que vocês só acreditam nisso da boca para fora, sem expressar de fato e ativamente essa crença, vão continuar aflitos, desanimados, deprimidos, temerosos ou ansiosos, enredados em conflitos aparentemente insolúveis, consigo e com os outros.
Esse é o gabarito que revela até que ponto vocês acreditam de verdade que são uma potencialidade infinitamente em expansão. Se não acreditarem nisso de verdade, meus queridos, é porque existe alguma coisa em vocês à qual se apegam desesperadamente. Vocês não querem trazê-la à tona porque não querem abandoná-la nem mudar. Isso se aplica a todos e a cada um dos presentes, e, naturalmente, a todas as outras pessoas do mundo.
Quando vocês resistem à mudança, o medo aumenta porque o ser mais íntimo sabe que a crise, a erupção, o colapso são inevitáveis e se aproximam inexoravelmente.
O que estou descrevendo aqui é a história da vida humana. Essa é a armadilha da natureza humana. Por isso é preciso repetir a lição, muitas e muitas vezes, até desnudar o erro do medo ilusório da mudança.
(O Guia, por Eva Pierrakos)
FONTE: Excertos da Palestra No. 183.
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