Por L.C. Dias
"A única chance de cristificar a humanidade é voltarmos à cristicidade da mensagem real do Cristo, que não está condicionada a tempo e espaço, mas é uma mensagem tipicamente extra-temporal e extra-espacial, porque, como dizia Tertuliano, toda a alma humana é crística por sua própria natureza.“
Huberto Rohden
“Cristo não veio para nos fazer cristãos. Ele veio para nos fazer plenamente humanos."
Hans Rookmaaker
Não importa se Jesus realmente nasceu em 25 de dezembro, o que importa é resgatar o real significado desta data para um mundo em crise, alienado dos verdadeiros valores cristãos, que não são propriedade exclusiva de qualquer religião, mas universais.
No entanto, em relação a data natalina, convém prestar um breve esclarecimento:
"Antes de examinarmos a comemoração natalina em mais profundidade, convém lembrar que a historicidade da data do nascimento de Jesus está sujeita a grandes controvérsias. Até meados do século IV, grande parte dos cristãos, especialmente em Roma, comemorava o Natal em vinte e cinco de março. O Papa Júlio II, numa manobra eminentemente política, decretou, no ano 354, que o nascimento do Cristo seria comemorado em vinte e cinco de dezembro, para coincidir com a data em que era comemorado o nascimento de Mitra e de Baco. Como as comemorações de Mitra e Baco eram muito populares naquela época, as festividades natalinas dos cristãos entraram em sintonia com o sentimento popular daquele período do ano e passaram a refletir a alegria do povo romano com os tradicionais eventos pagãos. (...) Mas a questão histórica do nascimento do Cristo é bem mais complexa. Existem mais de 136 datas sugeridas por diferentes historiadores e grupos cristãos como sendo a verdadeira data do nascimento do Cristo. Assim, a historicidade do evento deixa de ser o fator principal da comemoração. A simbologia passa a ser mais relevante." (1)
Portanto, não precisamos ficar presos à historicidade do evento da manjedoura para sentirmos a força da verdadeira mensagem do Cristo quando vivenciada em nossos corações, muito além da letra que mata, mas sintonizados com o espírito que vivifica, como intuído pelo místico cristão Angelus Sillesius:
"Ainda que Cristo venha a nascer mil vezes em Belém, mas não em teu coração, continuarás triste e miserável. A cruz do Gólgota contemplarás em vão, a menos que ela seja erguida em teu coração."
Neste aspecto, as festividades natalinas - com sua egrégora sublimada pelos sentimentos mais puros de fraternidade entre os homens - são um momento especial para uma maior sintonia com a nossa essência divina, também conhecida na tradição interna do cristianismo como o Cristo Interior.
Então, assim sintonizados, ficamos habilitados a uma possível epifania, aquele instante atemporal onde ocorre a revelação do divino em nós, onde somos abarcados por um sentimento religioso cósmico, no seu significado numênico de união com o todo da criação, muito além dos filtros limitadores das crenças, dos dogmas e da autoridade sacerdotal.
Que neste Natal possamos ser agraciados com esta divina epifania: o nascimento do Cristo em nós!
"Ainda que Cristo venha a nascer mil vezes em Belém, mas não em teu coração, continuarás triste e miserável. A cruz do Gólgota contemplarás em vão, a menos que ela seja erguida em teu coração."
Neste aspecto, as festividades natalinas - com sua egrégora sublimada pelos sentimentos mais puros de fraternidade entre os homens - são um momento especial para uma maior sintonia com a nossa essência divina, também conhecida na tradição interna do cristianismo como o Cristo Interior.
Então, assim sintonizados, ficamos habilitados a uma possível epifania, aquele instante atemporal onde ocorre a revelação do divino em nós, onde somos abarcados por um sentimento religioso cósmico, no seu significado numênico de união com o todo da criação, muito além dos filtros limitadores das crenças, dos dogmas e da autoridade sacerdotal.
Que neste Natal possamos ser agraciados com esta divina epifania: o nascimento do Cristo em nós!
L.C. Dias - Natal de 2018
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