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Religião Pessoal

Por Adenáuer Novaes

"O esforço pessoal, a autotransformação, a autodeterminação, a renúncia ao egoísmo e ao orgulho, o sacrifício pelo trabalho comum, a vida harmônica e equilibrada em sociedade e a dedicação ao próximo têm sido os meios pelos quais se alcança aquela ascese."
***
"O espírito fará a sua jornada como um herói, que se lança ao objetivo sem que tenha a consciência plena de tudo que enfrentará." 
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"Nenhuma religião atende à totalidade de cada indivíduo. Ele se reduz quando se conforma com ela. A psiquê inconsciente quer se expressar, razão pela qual se proliferam seitas e novas religiões que se prestam a atender às necessidades humanas interiores, mas nunca serão suficientes à singularidade do indivíduo. Ele terá de fazer sua busca pessoal pela religião de sua própria alma."
Adenáuer Novaes


O baiano Adenáuer Novaes é uma daquelas personalidades controvertidas e inovadoras que confrontam o estabelecido, o  normal, o consensual - na vida pessoal e coletiva - com vistas a descortinar o novo, aquilo que possa trazer cura e transformação.

Não o conheço pessoalmente, mas gostaria. Acompanho o seu trabalho através de palestras disponibilizadas no YouTube - altamente recomendadas - e dos seus livros publicados pela Fundação Lar Harmonia, uma instituição beneficente, sem fins lucrativos, localizada em Salvador, na qual Adenáuer é um dos fundadores e dirigentes.

Atua diligentemente no movimento espírita desde a juventude, mas, acredito que não seja adequado nomeá-lo como espírita, pois tem uma postura claramente universalista e aberta que vai muito além dos postulados da Doutrina Espírita, aliás, muito além de qualquer conjunto de crenças em particular.

Com formação superior em Engenharia Civil, Filosofia, Psicologia e pós-graduação em Psicologia Junguiana, seu pensamento inovador, enriquecido, por exemplo, pelos conceitos de designação pessoal e estigmas, busca viabilizar uma salutar integração entre os princípios que fundamentam a Psicologia Junguiana e o Espiritismo Kardecista.

Trabalha como psicólogo clínico na capital baiana e realiza cursos, seminários e conferências pelo Brasil. Já visitou vários países da Europa divulgando suas ideias e compartilhando suas experiências no campo da Psicologia do Espírito, considerada, na visão de Adenáuer, como uma outra psicologia, mais ampla e abrangente, que está mudando os métodos, conceitos e considerações sobre o humano e a vida:

"A Psicologia do Espírito é o estudo do Espírito como individualidade, essência divina, destituído de qualquer implemento material, nas suas relações com o meio ou a realidade. O Espírito é a individualidade que evolui nas relações que estabelece com o Universo e nas experiências que vivencia em busca de sua identidade. O objeto de estudo da Psicologia do Espírito inclui o conceito de evolução, de reencarnação, de mediunidade, de perispírito, bem como de tudo que diz respeito à dimensão espiritual."

A seguir, uma breve amostra das ideias que norteiam o pensamento inovador, profilático e libertador de Adenáuer Novaes.

A Palavra Religião 

O termo religião, para a maioria das religiões, guarda relação com a busca do sentido e do significado da vida. Mas as religiões, lamentavelmente, não têm alcançado, na prática, esse objetivo. Equivocadamente parece que a responsabilidade disso se daria pela simples aceitação da religião. Talvez não. Creio que o adepto tem também sua responsabilidade. Ele ainda se situa como sofredor que precisa de alívio, culpado que necessita de redenção, crédulo que deseja confirmação de sua própria imaginação, devoto envolvido pelo complexo messiânico, inocente em busca de emoções, temente, ingênuo e ignorante. É preciso que ele saia dessa conformidade e caminhe livre para construir os alicerces psíquicos de sua evolução espiritual. Quando o adepto ultrapassar esses estágios, tornando-se consciente de que deve assumir seu próprio destino, sendo dono de sua própria vida, perceberá a importância de constituir sua Religião Pessoal.

Entendo como religião o caminho para o encontro consigo mesmo, para a compreensão do sentido e do significado da Vida e de tudo que diz respeito à palavra Deus. Portanto, não associo ao conceito de religião a idéia de salvação, pecado, fusão com Deus, negação do mundo material, exclusão social, imolação, sofrimento, adoração, idolatria etc.. Religião é pacto do indivíduo com a Vida, como proprietário de si mesmo. Ao pensar em religião, todo e qualquer ser humano deve reportar-se a um processo de transformação, a uma conexão com o sagrado, visando o encontro consigo mesmo e a descoberta do sentido e do significado da Vida. Práticas sagradas, rituais e cerimônias devem concorrer diretamente para esse processo. Tê-las como simbólicas é mera representação, sem possibilidade de consecução real. É preciso sair do simbólico para a internalização concreta do significado do que se vive como sendo sagrado. Todo símbolo deve ser dissolvido a serviço da compreensão real de seu significado profundo. Os rituais religiosos não precisam ser destruídos, mas seus significados transcendentes devem ser absorvidos pela consciência transformada.

Cada vez mais, no mundo moderno, os adeptos das religiões estão sentindo necessidade de inserir o esforço pessoal na aquisição das promessas que sua religião oferece para seu futuro. A espera de um Deus dispensador eterno de bens àquele que segue preceitos automáticos e coletivos tem dado lugar ao esforço pessoal pela ascese mística. O esforço pessoal, a autotransformação, a autodeterminação, a renúncia ao egoísmo e ao orgulho, o sacrifício pelo trabalho comum, a vida harmônica e equilibrada em sociedade e a dedicação ao próximo têm sido os meios pelos quais se alcança aquela ascese. A ideia do sofrimento e da auto-flagelação cede lugar à conquista de si mesmo e ao reconhecimento da própria ignorância para a busca da auto-realização. O culto externo cede terreno para a construção pessoal de uma religiosidade operativa em favor da compreensão da vida e de si mesmo. Uma religião que também se ocupe do bem coletivo, de causas sociais e, além de tudo, eleve o ser humano para conquistas maiores, sem retirá-lo do mundo, tem sido cada vez mais desejada. Religião vivida como meio de salvação ou de alívio de tensões é tão somente uma resposta à tendência coletiva arquetípica, reduzindo-se apenas a um primeiro passo para a iniciação e constituição da Religião Pessoal.

À medida que a religião é vivida, seus princípios vão se dogmatizando. O que era puro vai se tornando miscigenado pela agregação de conteúdos estranhos, oriundos dos complexos humanos. A comunidade de adeptos, temendo a perda da garantia proporcionada pelo conforto na adoção dos princípios religiosos, ferrenhamente os mantém vivos. Isso cristaliza aqueles princípios, dogmatizando-os. É um fenômeno coletivo ao que nem o Espiritismo, com todo seu racionalismo, escapou. Isso pode melhor ser observado quando do surgimento de movimentos ou grupos defendendo a “pureza doutrinária”, o retorno ao “Cristianismo primitivo” etc.. Não se pode esquecer que princípios devem sempre ser contextualizados tendo em vista não se tornarem motivos de sacralização de livros, de pessoas ou de templos, gerando dogmas. Esse fenômeno, quase impossível de ser evitado, promove o atraso no desenvolvimento psicológico de uma comunidade. O retorno à religião primitiva, ou como os antigos a viviam, representa uma dificuldade de adaptação ao moderno, ao novo e às atualizações do arquétipo religioso. O medo de perder as garantias e a segurança psíquicas é responsável por isso. A religião é um caminho e não o retorno ao passado. Sua atualização é um princípio necessário à manutenção de sua vitalidade impulsionadora da busca do Si-Mesmo.

Por outro lado, não se deve pensar que a anarquia religiosa ou uma religião sem regras e normas seja a melhor opção. A religião não se sustentaria sem disciplina e sem a manutenção de princípios; as divisões internas que nelas ocorrem se devem à necessidade de contextualização adequada para caber a evolução da psiquê humana. Quando os princípios de uma religião se opõem por demais à evolução intelecto-moral da sociedade, dá-se uma tensão interna que fatalmente leva à cisão.

As religiões parecem que se cristalizam em dogmas por exigência coletiva daqueles que ainda não alcançaram a compreensão dos significados dos símbolos gerados pelo inconsciente. Aqueles que envelheceram na culpa, que ignoram a excelência do Criador, que não arriscam na vida, que permanecem querendo benesses divinas e que se apegam ao egoísmo do poder impedem as transformações na religião.

A espiritualidade que é convidada pela religião deve ser vivida em todo percurso da evolução do espírito. Quer esteja encarnado, quer desencarnado. Não se deve pregar religião apenas para a vida futura, mas principalmente para a vida presente. 

Os preceitos religiosos devem se opor à vida humana em seu contexto material? Não seria uma contradição estar no mundo e negá-lo? Não seria adequado pensar que é na relação com o mundo que se deve encontrar o sentido e o significado da vida humana? Para responder a essas questões, talvez seja adequado inserir-se uma outra ideia de mundo. O mundo deveria ser considerado como a união da sociedade material com a sociedade espiritual. Nessa união está implícito que uma interfere e influencia na outra, sem primazia de qualquer delas. Deixariam de ser vistas como opostos inconciliáveis, mas como uma totalidade na qual o espírito transita. Quando o ser humano nega uma em detrimento da outra, ocorre um viés que reduz a própria vida. Quando a religião nega uma sociedade em favor da outra, comete o mesmo equívoco do materialista que se afirma sobre os pilares frágeis do que apenas revela seus cinco sentidos. Negar o mundo material é deixar de aprender aquilo que só no contato com o corpo físico e nas relações interpessoais pertinentes a ele se adquire.

A religião deve ser facilitadora da relação do indivíduo consigo mesmo e com o mundo, seja ele material ou espiritual. Deve levá-lo a experiências que produzam reflexões, emoções e sentimentos, diferentes das que tem quando é tocado por outros arquétipos. A religião surge a partir da existência de um centro psíquico norteador da busca humana pelo sentido e pelo significado da vida, o que também pode ser representado no desejo de perfeição, de harmonia e de plenitude, que todo ser humano possui. A religião deve levar o indivíduo à celebração da vida e ao encontro consigo mesmo. Quando os rituais religiosos ou a vivência dos princípios das religiões mantêm o indivíduo conformado, limitado em suas capacidades de vencer desafios e psicologicamente protegido pela fé, estão falhando em seus propósitos, estagnando o que foi gerado para incessantemente crescer.

As expressões religiosas, através dos ritos, devoções e manifestações típicas são representações de estados psíquicos. Por isso, a palavra deve ser considerada em seu significado amplo e não apenas como uma busca pela religação com Deus. Deve ser entendida como um dos caminhos em meio a amplas possibilidades de encontro com o divino.

A aparente liberdade de escolha religiosa encontra obstáculos nas poucas possibilidades de expressão, pois as religiões formais não se abrem para tal. A religião formal é coletiva e não atende à singularidade de cada um. Nenhuma religião atende à totalidade de cada indivíduo. Ele se reduz quando se conforma com ela. A psiquê inconsciente quer se expressar, razão pela qual se proliferam seitas e novas religiões que se prestam a atender às necessidades humanas interiores, mas nunca serão suficientes à singularidade do indivíduo. Ele terá de fazer sua busca pessoal pela religião de sua própria alma.

FONTE: Excerto do capítulo 5 do livro Religião Pessoal, de Adenáuer Novaes, publicado pela Fundação Lar Harmonia, em 2007.

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